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Vinicius Dacal

Requisições assíncronas em Redux

Quando se está começando a aprender Redux, uma das dúvidas mais comuns é como fazer requisições assíncronas.

Observando os exemplos básicos, que implementam apenas actions comuns, não fica tão óbvio qual abordagem utilizar ao fazer uma integração com uma API.

Neste post, mostrarei como implementar um middleware, que ficará responsável por interpretar um padrão de específico de action(async action) e gerenciar nossas requisições, disparando uma action correspondente para cada momento das mesmas.

Actions

Quando estamos fazendo uma requisição assíncrona há dois momentos importantes que comumente alteram o estado a aplicação: O momento em que uma requisição se inicia, e o momento que você recebe um resultado.

Esses dois momentos podem ser divididos em três actions distintas: Uma action para o inicio da requisição, outra para o caso de sucesso e uma terceira para o caso de falha. Poderíamos chamá-las de CALL_API_REQUEST, CALL_API_SUCCESS e CALL_API_FAILURE.

De uma maneira simples, mas não muito elegante, poderíamos aplicar esse conceito sem utilizar um middleware, como no exemplo abaixo:

O código acima teria que ser utilizado em um local onde tivéssemos acesso ao método dispatch, que normalmente, é dentro de um container component. Poderíamos tentar melhorar esse código abstraindo as actions para um action creator, mas é notável que esse modelo não escala. Para cada endpoint da nossa API, precisaríamos ter três action creators diferentes, o que é impraticável.

Poderíamos tentar levar toda essa lógica para dentro do action creator, mas não teríamos acesso ao método dispatch.

Uma forma muito mais simples, seria termos uma action que descrevesse como será o request, um padrão de action diferente que chamaremos de async action:

No exemplo acima, as principais diferenças que podemos notar entre uma action comum e nossa async action, é o fato de termos types ao invés de type, e de retornarmos uma função callApi junto com o objeto.

Os types serão utilizados nos três momentos distintos da requisição e é importante que eles sejam fornecidos na seguinte ordem:

types[0] = action type indicando inicio do request types[1] = action type indicando sucesso types[2] = action type indicando falha

A callApi será utilizada futuramente para fazer o request.

Para interpretar essa action e gerenciar as requisições, nós utilizaremos um Middleware.

Middlewares

Em suma, middlewares são funções que ficam entre o disparo de uma action e a chegada dela no Root Reducer, sendo capazes de alterar o seu conteúdo ou até mesmo cancelá-la.

Abaixo segue um exemplo básico de um middleware de logs:

No exemplo acima, nós não modificamos o conteúdo da action, apenas fazemos log dela e do state da aplicação após o seu disparo. É importante observar que nós chamamos o método next passando para ele a action atual, a fim de deixar a action seguir seu fluxo, até o próximo middleware ou até o Root Reducer.

O middleware que implementaremos irá interceptar as async actions, e as substituirá por três actions diferentes, correspondendo os três momentos do request.

Dadas estas informações, vamos para a implementação do nosso middleware:

Logo no início da função, na linha 13, nós verificamos se a action recebida se trata de uma async action, verificando se existe a propriedade types dentro dela. Caso se trate de uma action comum, nós apenas passamos ela a diante, sem efetuar nenhuma alteração.

Caso se trate de uma async action, nós extraímos os types para respectivas variáveis e disparamos uma action, contendo o primeiro type, indicando que o request irá iniciar.

Em seguida, nós chamamos a função callApi, que veio junto com a async action, e passamos para a promise as funções handlers, que lidarão com os responses em caso de sucesso e em caso de falha.

Dentro dos handlers, nós disparamos uma action indicando que foi finalizado o request, colocando no atributo body o resultado do request.

Em caso de sucesso, nós incluímos um atributo lastFetched, com o timestamp do momento em que o request foi finalizado.

Junto a cada action, foi incluído o payload da async action, para que os reducers tenham acesso ao mesmo.

Incluindo o Middleware na store

Com o middleware implementado, nós precisamos incluí-lo na nossa store. Para isso, nós utilizaremos o método applyMiddleware do redux, conforme o exemplo abaixo:

Feito isso, todas as actions passarão pelo nosso callAPIMiddleware, as que forem async actions serão interceptadas e convertidas em actions comuns.

Dessa forma, conseguimos deixar por conta do middleware o disparo das requisições e podemos manter apenas um action creator para cada endpoint.

Com o middleware, agora é possível termos actions assim:

Async action que irá disparar uma requisição para o endpoint “user/contacts” passando como parâmetro um userId

Async action que irá disparar uma requisição para o endpoint “user/contacts” passando como parâmetro um userId

Os middlewares não se limitam a controlar requisições, eles são uma das features mais poderosas do redux e pretendo abordá-los em futuros posts. Para quem tem interesse em se aprofundar, sugiro que comece pela documentação.

Se você está começando com Redux agora e chegou direto neste post, indico ler meu post anterior: Conhecendo o básico do Redux.

Estou começando uma série de posts sobre Redux e React, gostaria de receber um feedback de vocês sobre as dúvidas mais comuns de quem está começando. Pode ser enviando para o email: viniciusldacal@gmail.com

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Vinicius Dacal

Brasileiro
Desenvolvedor de software
Trabalha remoto para BEN UK
Ama aprender, criar e compartilhar